Você usa shakes para emagrecer?

Saiba que eles podem fazer mal para sua saúde.

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Publicado em 18/02/2014

 A obesidade se tornou uma epidemia mundial, e de acordo com dados da World Health Organization (WHO), 1,4 bilhões de adultos estão em sobrepeso e, pelo menos 500 milhões são obesos. No Brasil, estudos epidemiológicos mostram que 50% da população adulta já se enquadram em classificação de sobrepeso e segundo pesquisas recentes do IBGE (2008-2009) a obesidade já atinge 12,5% dos homens e 16,9% das mulheres em idade adulta.

Em paralelo, a indústria alimentícia brasileira cria uma ideia confusa onde a saúde é atrelada sempre a estética. Nesse contexto, vários alimentos ou produtos alimentícios são lançados no mercado com a promessas de melhorarem a saúde e/ou um emagrecimento rápido e eficiente. 
Dentre esses podemos citar as rações os shakes substitutos parciais de refeição.

A maioria das pessoas já tentou alguma vez na vida buscou ser mais saudável e emagrecer. E nessa luta pela boa forma e peso adequado vale tudo.  Os shakes emagrecedores surgem como uma solução ideal para quem precisa perder peso com urgência. No entanto, fórmulas à base de shakes, usadas em substituição a refeições visando ao emagrecimento, podem fazer mal à saúde, quando consumidas sem orientação de um nutricionista. 

Um estudo da Pro Teste (www.proteste.org.br), da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, com cinco marcas, constatou que os shakes apresentam desequilíbrio nutricional. Eles têm excesso de proteínas e carboidratos, porém quase nenhuma gordura, nutriente essencial para a absorção de vitaminas.



Na pesquisa, coordenada pela nutricionista Manuela Dias, foram analisadas as qualidades nutricionais de cinco produtos.

Ela concluiu que o teor calórico dos shakes é muito baixo, próximo de 200Kcal já incluindo a mistura ao leite. Isso significa que esses shakes não fornecem energia suficiente para o corpo.

Os produtos seguem legislação específica e estão dentro das normas, mas não são balanceados, saudáveis. Por exemplo, os shakes fornecem, em média, 32% de proteína. O ideal é que as proteínas não ultrapassassem 10% a 15% do valor energético diário.  Proteínas em excesso causam danos ao fígado e aos rins, além de perda de minerais, como cálcio. 

Outro problema é a falta de gordura nos shakes. O nosso corpo precisa dos lipídios para absorver algumas vitaminas e sintetizar hormônios. 

Com relação às fibras para substituir uma refeição, eles deveriam ter cerca de 10g por porção. Nenhuma das marcas atinge este valor. 

É importante lembrar que uma alimentação equilibrada, composta por alimentos de todos os grupos da pirâmide alimentar, em quantidades adequadas as suas necessidades constitui como estratégia fundamental para a redução de peso. O segredo é controlar quantidades e seguir adequadamente o planejamento alimentar de seu nutricionista. Além disso, o consumo de alimentos variados ao longo do dia também favorece a ingestão da variedade de vitaminas e minerais.

Desta forma, é importante ressaltar que a chave para o emagrecimento saudável e sustentável é a reeducação alimentar, sempre!


Texto adaptado do Conselho Federal de Nutrição: 
http://www.cfn.org.br


Bruna Pinheiro 
Nutricionista 
CRN:35001
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